Senhor!
Abriste-me o próprio seio
e confiaste-me os filhos do Teu amor.
Não me deixes sozinha na estrada a percorrer.
Nas horas de alegria, dá-me temperança.
Nos dias de sofrimento, sê minha força.
Ajuda-me a governar o coração
para que meu sentimento não mutile
as asas dos anjos tenros que me deste
e adoça-me o raciocínio para que
a minha devoção afetiva não converta
em severidade arrasadora.
Defende-me contra o egoísmo
para que a minha ternura não transforme em prisão
daqueles que asilaste em meus braços.
Ensina-me a corrigir amando,
para que eu não possa trair o mandato
de abnegação que depuseste em meu espírito.
Nos minutos difíceis, inclina-me à renúncia
com que devo iluminar o trilho daqueles que
me cercam.
Senhor auxilia-me a tudo dar sem nada receber.
Mostra-me os horizontes eternos de Tua Graça,
para que os desejos da carne
não me encarcerem nas sombras.
Pai, sou também Tua filha!
Guia-me nos caminhos escuros,
a fim de que saiba conduzir ao infinito Bem
os promissores rebentos de Tua Glória.
Senhor, não me desampares!
Quando a Tua Sabedoria exigir
o depósito de bênçãos com que me adornaste a estrada
por empréstimo sublime, dá-me o necessário desapego
para que eu Te restitua as jóias vivas
do meu coração, com serenidade e alegria,
e quando a vida me impuser em Teu nome,
o desprendimento e a solidão,
reaquece minh'alma ao calor do Teu Caminho
Celeste para que eu venere a Tua vontade para sempre.
Assim seja.
(Meimei/Chico Xavier)
de A Luz da Oração