Hoje eu daria tudo para não escutar uma cigarra cantando, para não ter que sofrer reminiscências dos meus tempos de criança, da minha infância descuidada, desses sonhos meus que nunca foram ao fim....
Hoje eu daria tudo para não ouvir o tanger de um sino em direção a uma estrela abandonada, para não chorar bem baixinho uma saudade imensa.
Hoje eu daria tudo para não sentir pelas calçadas apinhadas de gente, pés que caminham em busca de migalhas e transformá-las em presentes nas árvores de Natal....
Hoje eu daria tudo para meditar que atrás dos muros de um presídio, há almas iguais a minha e feitas à imagem do CRISTO, a gemer entre as grades de uma prisão a solidão de um cárcere....
Hoje eu daria tudo para não ter essa certeza de que os orfanatos, a creches, os reformatórios, estão cheios de crianças, tão semelhante aos nossos filhos, a padecer sem culpa a falta de carinho dos grandes...
Hoje eu daria tudo para não ter de visitar uma favela, morada de humildes e de gente de cor, para não gritar desigualdades que ferem preceitos cristãos....
Hoje eu daria tudo para não ler no jornal, que do outro lado do globo, há filhos do mesmo DEUS, degladiando-se ferrenhos, em nome de uma paz que não vem...
Hoje eu daria tudo para não assistir homens dormindo no chão, sem ter para onde ir, nem com quem ficar, para não pensar que ele, pobre farrapo humano, também é um ser irmão....
Hoje eu daria tudo para não saber que enquanto há uns que pedem bonecas, brinquedos, há os que pedem e clamam por cadeiras de rodas e aparelhos ortopédicos
como presente de Papai Noel....
Hoje eu daria tudo para não ter de ir a um asilo e soluçar com os velhinhos, passadas ilusões, esperanças que se foram, filhos que deles se esqueceram...
Hoje eu daria tudo para não ter que acreditar que, vivendo sobre o mesmo céu e a mesma terra, homens feitos do mesmo pó e do mesmo sopro divino, dividem-se em classes sociais, em grupos, em raças e em credos, anulando a lei eterna de que somos todos irmãos ao pé da cruz.....
Hoje, ah!
Hoje eu daria tudo, se minhas mãos repetindo o milagre dos pães e a multiplicação dos peixes, se transformassem em milhares de outras e levassem a toda parte, a todos os cantos, mensagens de amor ao meu irmão que sofre.
Então eu chamaria a cigarra cantadeira, o sino da capela, a estrela em abandono, o homem que caminha, e ainda os presos, os pobres, os oprimidos, os enfermos e a gente de cor, para numa estranha serenata de Ano Bom, dizer, que felizes somos nós, quando olhando ao nosso lado, podemos deparar com um rosto de criança, ou de alguma Madona sofrida, ou de um homem que trabalha e até de alguém a quem a gente quer bem e poder dizer ainda mesmo que aos soluços:
Feliz Natal meu amigo!
Hoje eu daria tudo para não ter de conversar com alguém e dizer que, nos leitos de hospitais, há sempre um enfermo que é meu próximo também, lutando entre a vida e a morte, sem muitas vezes o conforto de uma palavra amiga....
Amiga querida!
ResponderExcluirTeus posts são maravilhosos. Os textos são espetaculares, Dilemar! São grandes ensinamentos!
Boas Festas: saúde, paz e muitas alegrias!
Te gosto muuuuuito!
Beijinhos!
Obrigada amiga querida, pelo incentivo e pela força sempre constante.
ResponderExcluirQue Deus a conceda muita saúde e dsiposição para continuar nos ofertando tanta coisa boa em seus blogs.Todos de excelente qualidade e utilidade.
Rogo ao Pai que 2011 traga muitas alegrias e paz para voce e toda a sua familia.
Chuva de bênçãos ai pra voces.
Abração fraterno e agradecido.
Dilemar